MS
Em novo levantamento, Conab estima queda de 4,6% na produção de grãos em MS
Queda na produção é justificada pela redução média de 6,7% na produtividade geral
JOSé ROBERTO DOS SANTOS / CAMPO GRANDE NEWS
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta quinta-feira o 2º Levantamento de Grãos, onde os resultados para Mato Grosso do Sul apontam para uma redução de 4,6% na produção total de grãos na safra 2023-2024, em relação ao ciclo anterior. São 26,5 milhões de toneladas da atual safra em andamento, contra 27,8 milhões do ciclo 20222-2023. A diferença representa 1,3 milhão de toneladas.
A queda na produção, segundo o levantamento da Conab, é justificada pela redução de 6,7% na produtividade, caindo de 4.399 quilos por hectare no ciclo 2022-2023 para 4.106 quilos por hectare no atual ciclo. Isto, apesar do aumento de 2,2% na área plantada com grãos no Estado.
O levantamento considera as culturas de caroço de algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão (as três safras), gergelim, girassol, mamona, milho (as três safras), soja, sorgo, trigo e triticale.
Soja em MS
Mato Grosso do Sul deve plantar 3,9 milhões de hectares com soja, 5,7% a mais que na safra anterior, quando cultivou um total de 3,7 milhões de hectares. A produção de soja deve alcançar 14,4 milhões de toneladas, ou seja, 2,6% a mais que na safra anterior.
O crescimento na produção se deve principalmente ao aumento na área plantada, já que o levantamento prevê uma queda de 4,4% na produtividade do grão.
Clima e plantio da soja
O comportamento climático foi inadequado nos últimos 30 dias, apresentando má distribuição nas chuvas e nos volumes precipitados por todo o estado. Além disso, eventos de altas temperaturas por longos períodos, aceleraram a perda da umidade do solo, paralisando o plantio e colocando em risco talhões cultivados.
Segundo o levantamento da Conab, estas duas condições ambientais resultaram num atraso na implantação das lavouras em relação à safra passada, além de casos de ineficiência na dessecação de plantas invasoras de difícil controle como a buva, capim amargoso e capim pé-de-galinha.
Na semana de execução do levantamento haviam muitas localidades sob alto risco para perda da semeadura devido ao clima, sendo constatado casos pontuais já diagnosticados para ressemeadura. As chuvas na última semana de outubro começaram a amenizar essa condição na maior parte em Mato Grosso do Sul.
Constatou-se aumento na expectativa de área semeada em relação ao primeiro levantamento da safra, explicado pela desistência de milho primeira safra, mapeamento de áreas marginais e ajustes nos números de municípios que são fronteiras agrícolas.